O Glocal esteve no Congresso Internacional sobre Agricultura Urbana e Sustentabilidade, realizado nos dias 7 e 8 de Abril no Seixal. Deste destacamos os seguintes temas:
- Qualidade alimentar – continua a debater-se a necessidade de medida da qualidade ambiental e dos solos em que se pratica a agricultura urbana (AU). Ficou em cima da mesa a questão: O que é pior - agricultura biológica em espaço urbano contaminado ou produtos que são tratados com pesticidas?
- Acesso à água – em que condições se acede à água para regar os espaços de AU. Não há modelos partilhados entre as várias autarquias promotoras de AU e mantêm-se diferenças nas condições de acesso consoante se tratem de hortas espontâneas ou de hortas de responsabilidade autárquica ou institucional.
- Inclusão da AU nos instrumentos de planeamento – Exige-se cada vez mais integrar os espaços de produção agrícola nos PDM’s. Os planos verdes, onde podem ser enquadrados os espaços para a AU de forma coerente com o modelo de ordenamento dos territórios, são uma realidade muito pontual e não consolidada. Há um reconhecimento político de que é mais vantajoso o investimento em hortas do que em parques ajardinados – os custos com a manutenção diminuem drasticamente!
- O desenvolvimento da Agricultura Social e os efeitos terapêuticos da AU – discute-se a articulação entre estes dois movimentos, a AU e a Agricultura Social (promovida para efeitos de integração de grupos vulneráveis). Por outro lado, assume-se a AU como uma das iniciativas mais completas em termos de intervenção social (sendo a área da saúde igualmente referenciada).
- AU de sobrevivência ou como estratégia de sustentabilidade económica das cidades – começa a debater-se que a AU pode não ser apenas vista na lógica de ocupação ou de subsistência, mas pensa-se numa AU enquanto uma lógica produtiva que pode trazer valias económicas para as cidades.
Projectos e Iniciativas referenciados no decurso do Congresso:
Hortas Comunitárias de Teresina. Artigo que retrata a comunicação apresentada: http://ddd.uab.cat/pub/revibec/13902776v5p47.pdf
Carrot city. Projecto que irá ser transformado em livro, a partir de Setembro de 2011. Trata-se de um projecto de design de agricultura urbana nas suas variadas vertentes. Aceder em www.carrotcity.org
Projecto Sachola. Um projecto em desenvolvimento pela Escola Nacional de Saúde Pública – Prof. Luís Saboga Nunes. Inclui um questionário às autarquias para avaliar a importância da AU. No site podem encontrar-se algumas referências à cultura hidropónica que pretende desenvolver nas escolas. Alguma informação em www.infohorta.net
Plano Verde de Lisboa. Componente do PDM aprovada em 1993 e desenhada por Ribeiro Telles para estruturação dos espaços verdes do concelho. Actualmente integra o conjunto das hortas que estão a ser implementadas pela autarquia. Mais informações em: http://lisboaverde.cm-lisboa.pt/
Fundação RUAF. Entidade que apoia no desenho e implementação e desenho de políticas e projectos de agricultura urbana. Ver em: http://www.ruaf.org/
Associação de Valorização Ambiental da Alta de Lisboa. Participação cidadã no desenho de uma política de agricultura urbana para a nova zona de extensão da cidade de Lisboa – a zona da Alta. Regulamento de funcionamento igualmente concebido pelos cidadãos do bairro. Projecto Altas Hortas em: http://avaal.wordpress.com
Dictamen do Comité Económico e Social Europeu NAT/204. Prevê a redacção de uma carta de agricultura peri-urbana e um observatório europeu de agricultura periurbana. Ver em www.agroterritori.org/ficha.php?doc=7&cid=1
2012 Community Gardens. Campanha que visa a criação de 2012 espaços de cultivo na cidade de Londres, até 2012! Ver iniciativa em: http://www.capitalgrowth.org/
Sofar – Social Farming. Contempla vários recursos sobre agricultura social. Ver mais em: http://sofar.unipi.it/
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