quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Algar quer algarvios a plantar hortas e oferece sementes e adubo

"A ALGAR, empresa responsável pela Gestão do Sistema Multimunicipal de valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos do Algarve, oferece este Natal plantas hortícolas aos algarvios que visitem as suas instações para que criem hortas.

"Em tempo de crise, e subsequentes carências alimentares, há necessidade de desenvolver soluções que permitam o auto sustento e plantar plantas horticolas é uma das respostas", considera a Algar em comunicado de imprensa.

Com o objectivo de viver o Natal de 2010 de forma "mais verde", a ALGAR convida todos os algarvios a criar a sua própria horta, que além de ser um "hobby ainda traz vantagens económicas ao proporcionar legumes mais baratos e saborosos".

Além da entrega de plantas e sementes hortícolas, a ALGAR entrega também aos interessados o Nutriverde, um composto agrícola orgânico 100 por cento natural, criado pela própria empresa a partir de resíduos verdes depositados nos ecopontos, para melhores produções agrícolas".

Notícia publicada pelo Observatório do Algarve em 22-12-10

Sítio da ALGAR

domingo, 19 de dezembro de 2010

Existirá vida para além do carro?! (2) *

Os dinamarqueses descobriram que sim!

E ao contrário do que alguns temiam, as limitações ao trânsito no centro de Copenhaga não só não prejudicaram o comércio como permitiram a dinâmica incrível que se vê nas imagens!

Claro que sendo o clima de Faro um bocado diferente, não teremos as mesmas potencialidades... ;-)



Copenhaga começou a tomar medidas para travar a "invasão de carros" no início dos anos 60 e actualmente, para além de ruas fechadas ao trânsito e 18 parques de estacionamento no centro transformados em espaços públicos, há também zonas "partilhadas" onde carros, bicicletas e peões se misturam, graças a medidas para “acalmar” o trânsito. Os limites de velocidade em grande parte da cidade são de 30 - 40 km/h - mas nalgumas zonas residenciais chegam a ser de 15km/h, dando prioridade aos moradores.

Fonte: Copenhagen’s Car-Free Streets & Slow-Speed Zones - Clarence Eckerson, Jr. 04/08/2010

* O post (o 2º com este título) vem na sequência de “Continuando o diálogo lançado em “Cidades pela Retoma”: pistas (1)” (Glocal Faro, 8/12/10)

Progresso em Cancún? (Mensagem da 350.org)

«Não é algo que a gente ouça muitas vezes quando se trata de negociações de clima: "houve progressos".

Às 4 da manhã de sábado 11 de dezembro em Cancun, os delegados saíram das negociações da ONU, todos eles precisando dormir e a maioria deles sorrindo. Tinham conseguido chegar a um acordo que servirá de base para conversações futuras. Os acordos que saíram de Cancun não serão suficientes para fazer o mundo regressar aos 350 – mas já são um vislumbre de um caminho que talvez nos leve nessa direção.

O sentimento de ímpeto que veio de Cancun foi revitalizante: os países reconstruíram a confiança, e enfrentaram assuntos difíceis como a desflorestação e a transparência. Esta confiança estava seriamente sob suspeita depois do fracasso, no ano passado, das negociações de Copenhague – e até mesmo nas horas finais das negociações em Cancun.

Estes países vão agora ter de negociar com o clima mundial – e a física e a química que governam o clima não aceitam negociações.
Após o modesto progresso conseguido em Cancun, é tentador ignorar o fato de que os delegados acima de tudo evitaram o verdadeiro cerne das negociações: exatamente quanto é que os países vão reduzir as suas emissões que estão aquecendo o planeta?

Na realidade, os compromissos que agora constam do texto da negociação continuam grosseiramente desadequados, deixando o planeta numa rota de colisão com pelo menos 4 graus centígrados de subida de temperatura – uma perspetiva aterradora que nos colocaria mais perto das 750ppm que das 350ppm. Isto é muito distante de onde deveríamos estar, e esse fosso não vai ser transposto se simplesmente ficarmos à espera da convenção do próximo ano, em Durban, na África do Sul.

Para ultrapassar o fosso entre a necessidade científica e a possibilidade política, temos de lutar contra a influência dos grandes poluidores no processo político.
No final da semana passada, milhares de vocês se manifestaram em apoio ao países mais vulneráveis, enviando suas mensagens de solidariedade de todos os cantos do mundo. A nossa equipe em Cancun entregou as vossas mensagens diretamente para os delegados, e os recordou do quanto o mundo está contando com eles para fazerem frente aos grandes poluidores.

Ao construir um movimento de clima em torno das soluções que a ciência e a justiça exigem, ajudámos a manter vivo este processo quando os grandes poluidores tentaram destruí-lo. Deixámos bem claro o que diz a ciência. E graças às vossas mensagens de solidariedade, fortalecemos as vozes das nações vulneráveis, que juraram manter viva a luta por acção corajosa em termos de clima.

Nos meses e anos que se seguem, essa vai continuar sendo nossa luta também. Nas últimas horas das conversações de Cancun, os membros da equipe da 350.org estavam no grupo de pessoas que se mantinham pacificamente à entrada das salas de negociação enquanto lentamente contavam até 21.000, o número de mortes atribuídas a desastres relacionados com o clima nos primeiros nove meses deste ano. Ao fim de duas semanas de negociações abstratas, este evento vem recordar de forma pungente aquilo que está em jogo nesta luta – e a força dos laços que ligam esta rede global.
Alguns de vocês ao receberem este e-mail vão estar desejando que nós condenássemos os acordos que saíram de Cancun – assim como vai haver aqueles de vocês que gostariam que a gente chamasse a essa uma vitória cheia de esperança.

Mas nós não nos envolvemos neste movimento para condenar ou aplaudir: estamos nisto para vencer.

Para isso, temos de ganhar primeiro o capitólio do nosso país e, para isso, temos de nos organizar em todas as comunidades em que vivemos. Começamos esse trabalho, mas ainda temos muito trabalho pela frente.

Vamos fazer isso com esperança, com paixão, e com  uma determinação a toda a prova. E, acima de tudo, vamos fazer isso juntos.

Em frente»

Fonte: email de May Boeve, em nome da Equipe da 350.org

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Agricultura de varanda: 66 plantas que se dão em vasos

No artigo 66 Things You Can Grow At Home: In Containers, Without a Garden (Planet Green.com) encontra-se uma lista de vegetais variados, ervas aromáticas, árvores de fruto e outras plantas comestíveis que se podem cultivar em vasos!! Algumas mais óbvias, como a rúcula, o tomate, as malaguetas ou a salsa - mas outras mais inesperadas - como variedades de melão/melancia, figos ou batatas.
Vale a pena consultar (mesmo estando em inglês...) , até porque tem links para sites com dicas sobre cada uma delas.
Foto de Jupiterimages/Thinkstock - Fonte: Planet Green.com

Mais umas pistas portanto, para cada um de nós ir avançando na "agricultura urbana" - mesmo sem ter de esperar pela abertura da Horta de Faro! ;-)

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Existirá vida para além do carro?! *

Boa parte dos portugueses possivelmente pensará que não :-(
É que entre os países da Europa dos 15, somos o 3º que mais utiliza o automóvel no transporte de passageiros!!
(85,2% dos transportes era feito nesta modalidade em 2008 - um valor superior aos 83,8% de média na UE15 e só ultrapassado pela Holanda e Reino Unido)
Fonte dados: Eurostat

Mais desmoralizante ainda é que há 10 anos atrás tínhamos um valor bastante abaixo da generalidade dos nossos parceiros europeus, mas o uso do carro tem vindo entretanto a aumentar entre nós, ao passo que noutros países estagnou ou mesmo diminuiu - como é o caso da Dinamarca.
Fonte dados: Eurostat

Se pensarmos que o nosso PIB, está bem no fundo da tabela face a esses 15 países da UE (sendo por exemplo cerca de 2/3 do PIB per capita da Dinamarca!), a “fixação” dos portugueses no automóvel torna-se ainda mais… saliente

Também o número de carros em circulação em Portugal tem vindo a aumentar, tanto em valores absolutos (4 457 000 automóveis em 2009, mais 29% do que 2000!) como relativos (em 2009 havia 4,2 veículos por cada 10 habitantes, quando em 2000 a taxa era de 3,4). Um crescimento que ainda por cima foi bem mais acentuado que o do nº de pesados de passageiros, nesses mesmos 10 anos (11%) ... (Fonte dados: IMTT )


Alguém conhece dados de Faro/Algarve?

Encontra dados e comentários adicionais sobre este tema no Blogue «Menos um carro» - neste texto e noutros sobre a nossa carro-dependência

* Este post vem na sequência de “Continuando o diálogo lançado em “Cidades pela Retoma”: pistas (1)” (Glocal Faro, 8/12/10)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Continuando o diálogo lançado em “Cidades pela Retoma”: pistas (1)

O fenómeno de esvaziamento do centro das cidades (cada vez mais penosamente evidente em Faro), a par do crescimento (no caso, desordenado) das periferias, está interligado com um outro: a dependência do automóvel, que tão fortemente nos caracteriza.

Assim um não se poderá resolver sem considerar o outro - e ambos parecem essenciais para repensar Faro.

Mas... existirá vida para além do carro?!? ;)
Essa é a questão que se irá explorar em próximos posts

sábado, 4 de dezembro de 2010

Conferência 'Cidades pela Retoma' - Faro

Realizou-se ontem em Faro a conferência "Cidades pela Retoma: Competitividade e Território". Organizada pela Associação Faro 1540, em parceria com a Sociedade Recreativa Artística Farense, a convite do Movimento Cívico 'Cidades pela Retoma' , a iniciativa visava:
«desenvolver em Faro um fórum de debate que deverá mobilizar os cidadãos a participar num exercício de reflexão colectiva sobre o papel das cidades na actual fase de desenvolvimento do país, que vise identificar e avaliar os seus recursos com potencial para o desenvolvimento económico e social e ajudar a definir uma ‘agenda local para a retoma’».
O evento iniciou-se com o visionamento de um pequeno vídeo de sátira ao actual sistema financeiro (“The Last Laugh – Subprime” - link aqui, legendado em português). 
Seguiram-se, como previsto, comunicações do presidente da Câmara Municipal de Faro (Macário Correia), do Director do Instituto Superior de Engenharia da Universidade do Algarve (Ilídio Mestre) e do professor universitário e Comissário da Faro Capital Nacional da Cultura 2005 (António Rosa Mendes), e um debate envolvendo os cidadãos e associações presentes (incluindo membros do Glocal Faro).

Ainda que não se tenha conseguido avançar tanto quanto seria desejável na discussão de perspectivas concretas de actuação em Faro, parece muito positiva e oportuna esta iniciativa de estimular o debate público em torno do tema.
Que, na nossa perspectiva, não deverá porém esquecer que os objectivos de valorização económica não se podem desligar de considerações sociais e ambientais (afinal os 3 pilares da sustentabilidade!). E que as lógicas de funcionamento anteriores, foram as que nos conduziram às actuais crises financeira, social, ecológica…

Esperamos pois que o diálogo continue, gerando ideias (e vontades!) para acção na cidade de Faro.
Aqui no Blogue procuraremos ir dando o nosso contributo.
Porque não deixar também o seu comentário ou até sugestões de post, links, etc?