quarta-feira, 7 de março de 2012

Beber água da torneira - opção mais ecológica e económica

Optar por beber água da torneira, em vez da água engarrafada, é mais uma pista para hábitos de consumo mais ecológicos, que são também mais económicos e saudáveis. E no Algarve temos todas as razões para o fazer. Veja porquê nos dois artigos seguintes:

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Porque é que a água engarrafada não é a melhor escolha?

Fonte: http://www.dolceta.eu/portugal/Mod5/Agua,192.html

Por vezes existe uma certa relutância em beber água da torneira. Contudo esta água apresenta uma boa qualidade, é boa para a saúde e mais económica e ecológica que as águas minerais de garrafa.
 
  • As águas à venda no mercado não têm necessariamente uma qualidade superior à água da torneira.
  • Não é aconselhável consumir diariamente água fortemente desmineralizada, isto é, com concentração de sais minerais inferiores a 2000 mg/l).
  • A nível ambiental, a produção de embalagens, o acondicionamento, o transporte e o consumo de energia e matérias-primas conduzem à produção de grandes quantidades de resíduos. Estes resíduos não são sempre recicláveis e quando o são exigem uma quantidade grande de água e energia no processo.

Conselhos para aproveitar a água da torneira

  • Para eliminar o gosto a cloro da água, essencial para assegurar a qualidade da água, deve-se colocar a água em repouso no frigorífico num recipiente aberto para que desta forma o cloro se evapore.
  • Para melhorar o gosto pode ser adicionado algumas gotas de sumo de limão ou folhas frescas de menta.
  • Existem também pequenos sistemas de filtragem de água que podem ser facilmente aplicados em casa.

    Mais informações

    • INAG, I.P. - O Instituto da Água, I. P.
    • Lei da Água - Assembleia da República, Lei n.o 58/2005 de 29 de Dezembro
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    Algarve: Região tem das melhores águas do País mas é "campeã" no consumo de água engarrafada

    Fonte: http://beta.noticias.sapo.pt/infolocal/artigo/1219360

    A água da torneira algarvia é considerada uma das melhores do País e foi certificada como produto alimentar de qualidade, mas o Algarve é a região portuguesa com maior consumo de água engarrafada.

    “Não faz sentido as pessoas consumirem água engarrafada, quando têm aqui uma de qualidade superior a outras do País”, afiança Artur Ribeiro, administrador da empresa Águas do Algarve, que abastece praticamente toda a região desde 2005.

    João Camacho, delegado de saúde adjunto do Algarve, corrobora. “O Algarve tem uma água de muito boa qualidade e não é preciso as pessoas andarem a gastar o seu dinheiro a comprar água engarrafada”, com preços que atingem, no supermercado, as 500 vezes do custo da água da torneira.

    Ainda assim, de acordo com o último estudo conhecido, divulgado pelo Instituto Regulador de Águas e Resíduos (IRAR) em 2008, o Algarve e o Alentejo são as regiões portuguesas com maior consumo de água em garrafa, com 31,3% dos algarvios inquiridos a revelar que bebem sempre dessa água, valor só batido pelo Alentejo, com 32,5%.

    Um hábito alicerçado em costumes antigos, de há mais de 17 anos, quando a água da torneira algarvia tinha muito má qualidade, afirma o delegado de Saúde adjunto da região, recordando que naquele tempo a água de consumo corrente era de captação subterrânea e não de barragem, como hoje.

    “Os cafés eram salgados, precisavam de dois pacotes de açúcar”, recorda Artur Ribeiro.

    “Antes de 1995 a água provinha toda dos lençóis freáticos, com a captação feita em furos, e trazia muita salinidade do mar”, lembra João Camacho, que aduz a presença de nitritos e nitratos utilizados na produção de adubos, considerados potencialmente cancerígenos.

    A mais conhecida característica da água algarvia de então era a sua dureza, devida ao calcário, que além de avariar máquinas de lavar roupa, esquentadores e cafeteiras, tornava o Algarve uma região “campeã” na deteção e extração de pedras no rim, recorda o clínico João Camacho, 57 anos.

    Hoje, as águas algarvias provêm todas de quatro barragens – sistemas Odeleite/Beliche a sotavento e Odelouca/Funcho a barlavento –, são pouco alcalinas e contêm muito pouco calcário, sendo mineralizadas, no caso do sotavento algarvio, quando chegam à estação de tratamento.

    “Se não fizéssemos a remineralização, como as águas têm pouco calcário, a passagem nas canalizações mais antigas, que são de ferro, iria provocar a dissolução do calcário, o que seria agressivo para essas ferragens”, assevera Nuno Martins, responsável técnico da Estação de Tratamento de Água (ETA) de Tavira, uma das quatro da região.

    O técnico sublinha que a remineralização não chega a tornar a água dura, criando-se “um ponto de equilíbrio de forma a não incrustar ou depositar calcário nos equipamentos e tubagens e, por outro lado, não atacar as tubagens, levando-lhes o calcário”.

    Mesmo assim, afiança que os produtos anti-calcário se tornaram dispensáveis nos equipamentos domésticos algarvios. Além da remineralização, toda a água que chega às ETA – 65 mil milhões de litros em 2011 - passa ainda por vários tratamentos, entre os quais a adição de ozono e uma filtração com areia.

    Sobre a qualidade intrínseca da água, o responsável observa que nas quatro ETA da região – além das maiores, Tavira e Alcantarilha, também em Fontainhas e Beliche – se faz um controlo “em todas as etapas do tratamento, em tempo real, 24 horas por dia”.

    Segundo o administrador Artur Ribeiro, o número de análises feito pela empresa em todo o sistema é, todos os anos, muito superior às 8.000 exigidas por lei, atingindo as 125 mil análises e 14 mil amostras.

    O delegado de Saúde adjunto observa, por seu turno, que a água das torneiras algarvias “tem um excelente historial de análises”, com base nas 130 recolhas feitas trimestralmente pelas autoridades de Saúde.

    “Temos um historial de 98 a 99% de análises com qualidade ótima”, precisa, reafirmando que, “com uma qualidade destas, não vale a pena beber água ao preço da gasolina”.

    @Lusa

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